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O desenvolvimento das capacidades é uma função central do Sistema de Desenvolvimento das Nações Unidas. Muitas organizações das Nações Unidas, os bancos multilaterais de desenvolvimento e as instituições financeiras internacionais salientam a importância do desenvolvimento de capacidades nas suas estratégias para contribuir para a realização da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável e, para várias delas, o desenvolvimento de capacidades é o seu principal mandato.
O Grupo de Desenvolvimento das Nações Unidas (UNDG) congrega estes esforços e defende uma abordagem comum para o desenvolvimento de capacidades que forneça orientações na formulação de estratégias de desenvolvimento de capacidades a nível das agências e para as equipas nacionais das Nações Unidas.
A OIT adotou a noção de desenvolvimento de capacidades delineada pelo UNDG no seu contexto tripartido específico. A Declaração da OIT sobre Justiça Social para uma Globalização Justa apela especificamente à cooperação técnica, sempre que necessário, para ajudar a reforçar a capacidade institucional dos Estados-membros, bem como das organizações representativas de empregadores e de trabalhadores, a fim de facilitar uma política social significativa e coerente e o desenvolvimento sustentável. Os esforços de desenvolvimento de capacidades também devem preparar os constituintes para participarem mais eficazmente no quadro das Nações Unidas «Unidos na Ação».
O desenvolvimento de capacidades pode envolver capacidades técnicas e funcionais e pode ser implementado de várias maneiras.
O desenvolvimento de capacidades é mais bem alcançado através da aprendizagem pela prática, promovendo relações e parcerias, apoiando a investigação e a partilha de conhecimentos, a participação em comunidades de prática, as iniciativas de aprendizagem Sul-Sul, a formação no local de trabalho e outras técnicas de aprendizagem que capacitam os indivíduos e as instituições para assumirem a responsabilidade pelos desafios do desenvolvimento.
Em conformidade com a abordagem partilhada das Nações Unidas, o desenvolvimento de capacidades é entendido como um processo através do qual indivíduos, organizações e sociedades obtêm, reforçam e mantêm as capacidades para definir e alcançar os seus próprios objetivos de desenvolvimento ao longo do tempo.
O desenvolvimento de capacidades é concebido como um investimento a longo prazo, cujos benefícios e impacto só poderão ser visíveis a médio e longo prazo.
A estratégia global da OIT para o desenvolvimento das capacidades institucionais, divulgada em 2019, estabelece uma distinção entre três níveis de desenvolvimento de capacidades interdependentes e que se reforçam mutuamente:
A estratégia de desenvolvimento de capacidades da OIT dá especial atenção à ação coordenada a todos os três níveis através de um ciclo dinâmico de intervenções com base na evolução das necessidades dos constituintes (a «tripla hélice»).
A estratégia de desenvolvimento de capacidades da OIT salienta igualmente o facto de o desenvolvimento de capacidades não ser um processo linear, mas ocorrer em ciclos ou iterações que exigem uma análise contínua e participativa dos resultados, com informações realimentadas no planeamento de novos programas e atividades.
O CIF-OIT é o ramo de desenvolvimento de capacidades da OIT e, por conseguinte, desempenha um papel central na execução da estratégia de desenvolvimento de capacidades da organização. Os serviços de aconselhamento do CIF-OIT estão ligados ao nível do desenvolvimento das capacidades institucionais.
O quadro analítico que orienta o serviço de aconselhamento do CIF-OIT sobre o desempenho institucional sustentável inspira-se na abordagem do Balanced Scorecard, um quadro estratégico amplamente utilizado para equilibrar os objetivos financeiros e não financeiros nas estratégias de sustentabilidade organizacional.
Distinguem-se três dimensões interligadas, mas distintas, do desempenho institucional sustentável:
Diz respeito à capacidade da entidade para contribuir para melhoria do desempenho de uma massa crítica de partes interessadas.
Áreas de resultado:
Diz respeito à capacidade da entidade para gerar o rendimento necessário para recuperar os custos de investimento e os custos operacionais.
Áreas de resultado:
Diz respeito à capacidade da entidade para operar de acordo com normas consideradas aceitáveis pelas partes interessadas no mercado.
Áreas de resultado:
A sustentabilidade é definida como «continuidade ao longo do tempo» mantendo um equilíbrio dinâmico entre as dimensões não financeira e financeira do desempenho.
A disponibilidade digital institucional dos nossos beneficiários institucionais será avaliada em função de seis parâmetros para a transformação digital:
O sucesso da transformação digital de uma organização pode ser alcançado quando os seis parâmetros para a transformação digital são igualmente considerados.
Definir o perfil da organização em relação a uma matriz de desempenho institucional sustentável. Esse processo envolve uma análise documental, entrevistas com informantes-chave e inquéritos digitais.
As práticas a nível estratégico e operacional da instituição são comparadas com as boas práticas de outros prestadores de serviços de desenvolvimento de capacidades no setor. A tónica é colocada nos aspetos do desempenho considerados críticos para a sustentabilidade institucional. A avaliação comparativa geralmente envolve pesquisa documental e entrevistas com informantes-chave.
As constatações, conclusões e recomendações provisórias decorrentes do instantâneo e da avaliação comparativa da sustentabilidade são analisadas em consulta com as partes interessadas internas e externas dos clientes.
O feedback das partes interessadas informará a elaboração de um projeto de relatório com um conjunto de recomendações. O projeto de relatório será analisado em conjunto com a instituição antes da apresentação final.
A avaliação de capacidades do CIF-OIT combina métodos de investigação quantitativos e qualitativos:
Os instrumentos de inquérito digital são padronizados e automatizados, recolhendo dados sobre práticas estratégicas e operacionais, e avaliando o/a entrevistado/a em relação às condições estabelecidas para os prestadores de serviços de desenvolvimento de capacidades que cumprem os requisitos para os prestadores de serviços de aprendizagem fora do sistema de educação formal estabelecidos pela Organização Internacional de Normalização (ISO) ao longo do ciclo. Planear–Executar–Verificar–Agir.